quinta-feira, 31 de maio de 2012
Saramago e o Timanfaya
Um escritor brasileiro (não me lembro do nome - não é dos mais conhecidos) disse que Saramago o levou a visitar o Parque de Timanfaya, o parque dos vulcões, em Lanzarote (das Canárias que conheço, Lanzarote, Grã-Canária e Tenerife, é de Lanzarote que gosto mais), e que lhe disse, olhando para o horizonte deserto: "Eu sou isso." Eu, às vezes, também. Talvez por isso eu goste tanto da paisagem daquela ilha, ao contrário de muita gente que prefere as ilhas mais arborizadas, mais verdes.
sábado, 26 de maio de 2012
Robinson Crusoe
Livro de Daniel Dafoe. Foi dos 1º livros que me impressionou.
E não só a mim, pelos vistos: "Eu tinha descoberto o que é a ficção lendo "Robinson Crusoe." Fui um menino muito tímido e solitário. Quando li o romance de Dafoe, encontrei um duplo, alguém que, como eu, vivia numa ilha deserta, sem contar com o apoio de ninguêm e que precisava de partir do zero. Era como eu me sentia." - José Castello, escritor brasileiro.
Bom, eu nunca estive assim tão isolado, mas a verdade é que nunca achei as relações interpessoais fáceis. A partir de certa altura da minha vida até adoptei como um dos meus lemas "L´enfer ce sont les autres" do Sartre.
A normalidade
"Não é isso o que todos nós fazemos, copiar, nas nossas vidas, nas nossas relações, a dita normalidade, para nos sentirmos invisíveis e, por isso, seguros?" Michael Haneke, realizador de cinema alemão a propósito do seu filme recente "Michael." Subscrevo, claro.
Sentir pode ser uma cruz
...Por isso, os jovens do romance sueco "Os cães" bebem até já não conseguirem sentir nada da vida, "até todos os sentimentos estarem mortos, afogados e serem inofensivos" (palavras do autor do livro que li - estas palavras, não o livro - numa entrevista que deu a um jornal).
Muito provavelmente será afinal por isso que a juventude de hoje bebe tanto (pelo menos nas suas festas, queimas das fitas por ex.), mesmo tendo as condições de vida (liberdade, dinheiro, etc) que a maioria da juventude não tinha "no meu tempo".
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Clint Eastwwod
Gosto muito dos filmes de Sérgio Leone - com música(s) de Enio Morricone.
"O bom, o mau e o vilão", "Por mais alguns dólares", "Por um punhado de dólares"...
Este último, então, tem uma cena fantástica: o preâmbulo do duelo final, em que, após umas explosões à beirinha da cidade, o Clint aparece do meio do fumo, na rua principal, com aquele ar blasé de quem domina a cena e sabe que vai ganhar.
Há também a cena do "trielo" no cemitério em "O bom, o mau e o vilão".
Eu gostaria de ser assim na vida: vencer os filhos da puta com o ar blasé do Eastwood e, já agora, para a coisa ser completa, fazê-lo daquele modo espectacular para os lixar ainda mais.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Grécia, balão de ensaio
Sobretudo para a esquerda: o partido Syriza (o equivalente ao Bloco de Esquerda cá) teve, nas eleições do principio do mês, 16,7 % dos votos, correspondentes a 52 (!) deputados, mais do que o PASOK (13 % e 41 deputados) e quase tanto como a Nova Democracia (equivalente do PSD), 18,8 %.
Uma boa parte dos gregos votou contra a troika, abandonando os partidos do centrão.
E se houver novas eleições (antecipadas - por eventualmente não se poder formar governo com os actuais resultados eleitorais), o Syriza, segundo as sondagens, "corre o risco" de vir a ser o partido mais votado. E, se assim for, vamos ver o que vai sair dali.
Afinal é simples...Será?
Dizia o escritor cubano Pedro Juan Gutiérrez (que eu não conheço - isto li num jornal): "Às vezes é muito pouco aquilo de que precisamos: sexo, rum e uma mulher que nos diga algumas tolices. Nada inteligente. Depois, ela vai-se embora e um homem fica sossegado. Bebe-se mais um rum."
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Bernstein
O tal que dizia que o movimento é tudo e o objectivo não é nada - e sempre foi contestado pelo velho Marx.
Se calhar não tem nada a ver, até porque os contextos são completamente diferentes, mas, depois das minhas últimas férias, dei por mim a pensar sobre isto.
Gosto de férias nómadas: andar, ver, satisfazer a minha curiosidade. Não gosto muito de férias de papo para o ar. Portanto, lá está, o movimento para mim é tudo - embora o objectivo, saciar a curiosidade, no fundo decorra e até se confunda com o movimento.
Subscrever:
Mensagens (Atom)