sábado, 29 de dezembro de 2012
A liberdade e a propriedade
De um artigo do Pacheco Pereira no Público: "(...) A lição é que a posse é liberdade, dá liberdade, defende as pessoas da servidão. Se se transformam homens livres em proletários, que nada têm a perder a não ser as suas grilhetas, estes começam a comportar-se como proletários (...)".
Sem entrar aqui em filosofias - porque também poderia dizer-se e defender-se teóricamente que o facto de não ter nada é que solta a pessoa, lhe dá completa liberdade, uma vez que não está agarrado ou dependente de nada -, e também sem chamar para aqui "O banqueiro anarquista" do Fernando Pessoa, e passando por alto que o Pacheco Pereira acha que o sistema se deve manter embora reformando-o para que ele tenha um rosto mais humano, acho que ele tem alguma razão nesta sua afirmação, até porque os proletários, ao fazerem a revolução, pretendem apoderar-se (!) do poder.
Manuel António Pina
"Quando os eleitores concluem que tanto dá votar como não votar porque o resultado será o mesmo, a democracia está gravemente doente e madura para qualquer ventura populista."
Mas, digo eu, porque é que os eleitores hão-de votar sempre nos mesmos, sendo que estes já provaram que são uma coisa na oposição e outra completamente diferente no governo? As pessoas são masoquistas ou quê? Ou será que são compradas pelas migalhas que os que estão no governo vão deixando cair da mesa onde tratam de dar corpo à expressão "é fartar, vilanagem!"?...
O sistema, a lei vs. o jornalismo a sério...
Na Grécia, há semanas atrás, um jornalista foi levado a tribunal, acusado de ter violado as leis de protecção de dados privados. Porque publicou, na capa da revista que dirige, a lista dos 2.059 cidadãos gregos com contas na Suiça e que, por isso mesmo, poderiam (e deveriam) ser responsabilizados pelos crimes de evasão e fraude fiscais... Foi absolvido. Mas porque é que o Estado grego não levou antes a tribunal os 2.059 que estão a prejudicar a restante população grega?!...
domingo, 16 de dezembro de 2012
Sageza, agora com 104 anos de idade
Manoel de Oliveira: "Não há evolução nenhuma na natureza humana; toda a evolução é técnica."
Subscrevo.
Este M.O. é daqueles artistas que eu tenho pena de não entender em toda a sua dimensão (digamos assim), mas que muito admiro, admitindo que o problema de não haver mais empstia não é dele, é meu. Ele é com certeza um grande artista, eu é que ainda não consigo chegar ao nível onde ele está para o compreender e admirar mais.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Clássicos que eu não li
...e que, se calhar, nunca vou ler: "Ulisses" e "Finnegans Wake" de James Joyce, "A montanha mágica" de Tomas Mann, "Um homem sem qualidades" de Robert Musil, "Em busca do tempo perdido" de Marcel Proust...e não só, claro.
Estes foram alguns dos mais apontados por nomes de figuras públicas num questionário a propósito feito pelo jornal "i". Figuras públicas como os escritores Rentes de Carvalho, Alice Vieira, Mário de Carvalho, José Eduardo Agualusa, João Tordo.
Não me estou a ver com pachorra para me atirar a um desses "calhamaços" que, ainda por cima, não são de digestão fácil, ao que parece.
A arte e a vida ou vice-versa
É de um livro de BD (de Pedro Brito e João Fazenda - de que só conheço a capa) e com certeza que vem da vida, ela própria: "Tu és a mulher da minha vida e ela a mulher dos meus sonhos".
domingo, 9 de dezembro de 2012
Sageza antiga
"De todos os infortúnios que afligem a humanidade, o mais amargo é que temos de ter consciência de muito e controle de nada" - Heródoto (-484/-425), historiador da Grécia Antiga.
Manuel António Pina, poeta
Já cá não está, mas o que ele escreveu, ficou.
Esplanada
"Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora de liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro,
o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes."
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