Eleições II

Ganhou a “esquerda possível” no dizer de Manuel Alegre - que participou na campanha deles. Para os Gato Fedorento é a “esquerda que se pôde arranjar, a esquerda comprada nos ciganos”. Ou seja: ganhou o PS e o “engenheiro” Sócrates.
Mas só porque o outro partido do centrão, o PSD, se fartou dar tiros no pé, aliás muito auxiliados nesse tiroteio pelo prof. Cavaco, actual PR.
Os resultados destas eleições agradaram-me por um lado: a esq.ª comprada nos ciganos perdeu a maioria absoluta, o Bloco duplicou o n.º de deputados e a CDU manteve mais ou menos a votação anterior, ganhando até mais um deputado.
E desagradaram-me por outro: as abstenções subiram quase até ao 40%, o PS/Sócrates ganhou as eleições e o CDS passou para 3ª força política (com mais 5 deputados do que o Bloco). Razões pelas quais sou levado a admitir que a sombra de Salazar ainda paira sobre o país: 40% dos eleitores prefere que outros (quaisquer outros) decidam por eles; a prepotência e a arrogância de Sócrates ainda convenceu mais de 30% dos votantes; e 11% destes vota num partido que tem como ideias chave a segurança nas ruas e o combate aos "excessos" do rendimento mínimo assegurado (temas, aliás, que a esquerda ostensivamente despreza - e não devia).