quinta-feira, 11 de agosto de 2011

S. Leonardo de Galafura

O miradouro português de que gosto mais - e que só descobri este ano.

"À proa dum navio de penedos
a navegar num doce mar de mosto
capitão no seu posto
de comando
S. Leonardo vai sulcando
as ondas
da Eternidade
sem pressa de chegar ao seu destino
ancorado e feliz no cais humano
que ruma em direcção ao cais divino.

Lá não terá socalcos nem vinhedos
na menina dos olhos deslumbrados
Doiros desaguados
serão charcos de luz
envelhecida;
rasos, todos os montes
deixarão prolongar os horizontes
até onde se extinga a cor da vida.

Por isso é devagar que se aproxima
da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
é um sorvo a mais de cheiro
a terra e a rosmaninho."
Miguel Torga




Coimbra, cidade-museu

Cidade-museu como a propaganda oficial já a designou. Agora chamam-lhe "cidade do conhecimento".
De facto, esta terra é muitas vezes deprimente.
Esta Brasileira está para aí há dois anos para (re)abrir e...nada. É triste.

Um amigo distante

Infelizmente só o vejo de vez em quando.

Madrid

Quando fui a Madrid de carro, para lá passar uma semana, à ida levava no leitor de CDs o "Por este rio acima" do Fausto.

Bernard Shaw

"Independência? Isso é blasfémia de classe média. Dependemos todos uns dos outros, cada um de nós na Terra."
Subscrevo.

Crise

A crise, naturalmente, é sempre para os mesmos: os pobres. Os ricos não se podem queixar - os mais ricos estão cada vez mais ricos.
E o capital financeiro, os famigerados "mercados", sempre a bombar.
"(...) a atitude agressiva da Banca, que desviou as prioridades do investimento do sector produtivo e exportador para a habitação, as obras públicas, o consumo e a especulação financeira, a opção pelo betão..." é uma das (se não a maior) razões desta crise actual que começou em 2008 com o subprime.

O poder, o ego, a atracção pelo abismo

Há dias, ao ver um filme sobre o Che, associei aquela parte da vida dele em que ele, na Bolivia, acaba encurralado e assassinado, aos últimos tempos da vida do Jim Morrison. Há ali uma pulsão de mais e mais, de ir mais longe custe o que custar, de atingir o absoluto - que acaba com a morte. Nem um nem outro tinham própriamente necessidade de pisar assim o risco - ambos podiam ser mais úteis à humanidade, como lideres, se não tivessem desafiado tão irreflectidamente (levianamente?) o "destino" (para não lhe chamar "o mais elementar bom-senso", coisa que, para eles, seria pouco menos que desprezível). O Che, sem o querer acusar de aventureirimo (a memória dele merece ser preservada - e quem sou eu?!...), meteu-se num buraco, cheio de boas intenções, mas com o mínimo de probabilidades de levar a bom porto os seus objectivos: alargar a revolução ao mundo, a começar pela Bolívia. Digamos que o Che explodiu na Bolivia - é ver a cara dele por aí em t-shirts, fotos, cartazes - um ícone.
O Jim M., por seu lado, terá querido levar a sua revolução particular a Paris, fora da América natal, e aquele tipo muito particular de "revolução", muito pessoal e se calhar pouco transmissível, quando aprofundada, leva (muitas vezes; cfr. os casos do Jimmi Hendrix, da Janis Joplin, etc) o ego à implosão.

África e Brasil

A avaliar pela s. tomense que conheci há dias e pelas outras africanas que vejo pela rua - comparadas com as brasileiras que conheço -, acho que as africanas são o diamante em bruto e as brasileiras o diamante lapidado.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O gostoso sotaquezinho brasileiro

"...dos teus olhos
saem cachoeiras
sete luas mel e brincadeiras
espumas, ondas, águas do teu mar..."
Homenagem a todas as M. e B. do meu mundinho.

India

"India, teus cabelos nos ombros caídos,
negros como a noite que não tem luar..."
Malgré la Bianca, tenho saudades da Michelle.