quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Outra casa de Camilo

Desta vez em S. Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão,
onde viveu os últimos anos da sua vida.

Casa de Camilo Castelo Branco

Em Vilarinho de Samardã,
onde passou "os primeiros e únicos felizes anos" da sua mocidade.

Tabuletas pregadas na árvore centenária que fica a 50/100 metros da casa.

O Minho e música

Monção

Ponte de Lima

Amigos dos animais

Felizmente ainda os há.
Valença

Lagos

Idílio envergonhado

Valença, 2009.

Recalcamentos

"São o resultado de uma defesa, de uma auto-defesa contra um perigo. Um ser vivo tenta resistir ao ignorar as diversas coisas que podem aniquilá-lo. No fundo toda a civilização é um recalcamento. A convivência entre os homens só se tornou possível graças à repressão de certos sentimentos e instintos.(...) Recalco todos os dias uma torrente de acontecimentos e sentimentos que me humilham e magoam. Sem esses recalcamentos, seria incapaz de levantar-me da cama todas as manhãs(,,,)" em "O amigo distante" de Christoph Hein

PS e PSD

Uma análise interessante de Vasco Pulido Valente:
(...) no nosso país, pobre, a esmagadora maioria dos portugueses pede ao Estado que a salve. Empresas, funcionários, trabalhadores, desempregados, reformados, doentes, pais - milhões que não suportam o presente e não vêem um futuro suportável, contam com o Estado e só com o Estado. É o que o PS lhes promete e o PSD (que não por acaso se chama social-democrata) não lhes pode tirar. Fica então o quê? Pequenas questões de gestão financeira? Os costumes? A hipóstese, aliás duvidosa, de governar melhor o "socialismo"? No fundo, nada." Pobre PSD...
Eu cá faria questão de acentuar que as grandes empresas, as que teóricamente não precisariam do Estado para nada, também comem à mesa do orçamento (por cima e/ou por baixo da mesa) e como comem! - e naturalmente também têm as suas preferências eleitorais, também são clientelas - e de peso! O PS e o PSD disputam sobretudo o amor delas - o resto, a assistência social, o lado social do Estado, de que fala V.P.V. no texto, são amendoíns.

Confiar ou não confiar?

Eis a questão.
A propósito de todas as nossas relações do dia a dia e, sobretudo, das ocasionais.
Cada vez que, por ex., tenho de fazer uma obra em casa ou, mais genéricamente, de pagar por um serviço não legalmente tabelado, fico a pensar se fui ou não enganado.
Às vezes fica a consolação de um serviço bem feito. Outras vezes nem isso.
Para além da eterna questão da factura: se peço factura (como é justo e normal), levo com o IVA em cima e o serviço encarece; se não peço, fica-me menos caro, mas o prestador do serviço foge aos impostos... e lá acabo por pagar isso nos meus de forma indirecta.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Caminante,

...no hay camino...


...se hace camino al andar,,,

Como hás nome, cavaleiro?

"(,,,) Todo o Mundo:
- Eu hei nome Todo o Mundo
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro
e sempre nisto me fundo.
Ninguèm:
- Eu hei nome ninguèm
e busco a consciência. (,,,)" Auto da Lusitânea, Gil Vicente

"(...) - Romeiro, romeiro, quem és tu?
- Ninguém. (,,,)" Frei Luis de Sousa, Almeida Garrett

"(..:) Polifemo:
- E qual é o teu nome, viajante?
Ulisses:
- O meu nome é Ninguém (...)" Odisseia, Homero.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

BE

O Bloco começou com 2 deputados (F. Louçã e Luis Fazenda) em 1999. Passou para 3 em 2002. Para 8 em 2005. Em 2009, conseguiu 18. Em dez anos, não está mal. Resta saber o que é que vai fazer com os actuais 18 - n.º que me parece inflaccionado pela crise actual e que terá tido origem em boa parte na votação de sectores pequeno-burgueses que o Sócrates irritou (como os professores, por ex.).

domingo, 25 de outubro de 2009

Conhece-te a ti próprio (?)

"Desce, desce, desce até onde se encontram os outros e tu no meio deles" - Tcheckov, um dos meus escritores russos preferidos (juntamente com Nicolau Gogol e Máximo Gorki).

sábado, 24 de outubro de 2009

O saber ocupa lugar?

Convém saber onde fica o ponto G para que, na hora H, se possam pôr as pintas nos Is.

Menina

Não será tão serrana como isso, se calhar nem pouco mais ou menos, mas lá que associo esta menina a esta canção, associo.

"Menina de olhar sereno
Raiando pela manhã
De seio duro e pequeno
Num coletinho de lã

Menina cheirando a feno
Casada com hortelã

Menina que no caminho
Vais pisando formosura
Trazes nos olhos um ninho
Todo em penas de ternura

Menina de andar de linho
Com um ribeiro à cintura

Menina de saia aos folhos
Quem na vê fica lavado
Água da sede dos olhos
Pão que não foi amassado
Menina do riso aos molhos
Minha seiva de pinheiro
Menina de saia aos folhos
Alfazema sem canteiro

Menina de corpo inteiro
Com tranças de madrugada
Que se levanta primeiro
Do que a terra alvoroçada

Menina de saia aos folhos
Quem na vê fica lavado
Água da sede dos olhos
Pão que não foi amassado
Menina de fato novo
Ave-maria da terra
Rosa-brava rosa povo
Brisa do alto da serra."

Sobre amores perdidos

(às vezes porque nem sequer expressamente declarados...e muito menos consumados.)

Segundo Jorge Luis Borges, em "Os conjurados", a pessoa por quem nos apaixonamos e que perdemos, fica a fazer parte de nós para sempre. Concordo.

"...depois de te perder
te encontro com certeza
talvez no tempo da delicadeza
onde não diremos nada
nada aconteceu
apenas seguirei
como encantado ao lado teu," - Chico Buarque

Assim vai o mundo (again)

Finalmente estava na senda da verdade. Curioso: começava a cheirar-lhe a merda...

Assim vai o mundo

- Sou pobre, mas honrado.
- Pois é, um mal nunca vem só.

Sobre o silêncio

"Se falar fosse mais importante do que ouvir, teríamos duas bocas e uma só orelha" - autor desconhecido.

"O silêncio é a minha maior tentação" - Eugénio de Andrade.

"Depois do silêncio, o correr da água é a música mais bela que existe" - máxima dos construtores da Alhambra. Não será bem assim mas andará lá perto.

Quase

"Um pouco mais de sol - eu era brasa,
um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquèm...(...)" - Mário Sá-Carneiro, um poeta português contemporâneo - e de certo modo afim - de Pessoa, mas não tão lembrado como este. E merecia. Eu, pelo menos, gosto.

"Ser fotógrafo...

...é como ser vadio." - Ant.º Homem Cardoso, fotógrafo profissional.
Eu também gostaria de vadiar assim - com a maquina a tiracolo, e não só nas férias e fins de semana.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Expressões brasileiras giras

e bem achadas:
- pisar a bola (fazer asneira);
- pintar um clima (intraduzível?);
- passar uma chuva (passar por um período mau);
- mala sem alça (pessoa problemática);
- picar a mula (dar de frosques).
Etc, etc, etc.

Tiro o meu chapéu...

...ao(à) inventor(a) dos porte-jarreteles.
Et voilá:

>

Quem muito abarca, pouco aperta.

Verdadeiro para os diletantes como eu que, sem disciplina (nem gosto) para se concentrarem num assunto só (só fotografia ou só literatura ou só pintura ou só política, etc), acabam por lhes pegar a todos pela rama e nunca aprofundam verdadeiramnte nenhum.

Importante

...seria conseguir o equilibrio entre a necessidade de sociabilidade e a mecessidade de privacidade.
Sobretudo para alguém relativamente a quem não é fácil definir bem a fronteira entre timidez e misantropia.

Júlio Dinis Vs Eça de Queirós

No livro "A morgadinha dos Canaviais" J. D. apresenta-nos, logo no início, um personagem que, como o Jacinto de "A cidade e as serras" do Eça, vai para o campo para curar a sua neurastenia de cidadão urbano. E, pelos vistos (ainda não li o livro todo), vai curá-la com a morgadinha como o Jacinto a curou com a prima, que, como aquela, era uma saudável rapariga "do" campo - embora com instrução de cidade.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mais apontamentos meus

...perdidos por blocos de notas avulsos.

"(...) lo breve de la condicion humana
lo cortas que se hacen las vacaciones
lo fugaz del orgasmo (suponiendo que llegue)." ?

Apontamentos meus

S/ o amor:

"I'm not interested in poetry - poetry is just another word for love." Shakespeare

"El verdadero amor es una cuerda tendida entre la rutina y la desgracia". ?

"(...) percibiendo la limosna de gracia que caía sobre mi cuerpo cada vez que ella estaba presente". ?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pares

No mesmo sítio.


L' arroseur arrosé

Feira medieval, Óbidos 2009


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O ouro de Viana

O sol, (n)o lenço, (n)o brinco, (n)o cabelo e (n)o rosto.

Vira, Maria.



Mais Viana

Detalhes


Ruas de Viana

Agosto, 2009.


Minho

Dos trajes mais bonitos do mundo.
Este, por ex., que é o mais comum: desde o lenço garrido, passando pelos brincos, pelo coletinho, a camisa, o avental, a saia interior e as meias, até ao "pormenor" final das chinelas... Um espanto!

Cores do Minho

Viana, 2009



Lema de vida

"O dia de hoje é uma dádiva - por isso se chama presente."
Ou, como canta o ségio Godinho: "Este é o 1º dia do resto da tua vida."
Eu deveria ter isto presente todos os dias.

domingo, 4 de outubro de 2009

Júlio Dinis e as viagens

"(...) o grato e quase voluptuoso alvoroço, com que se concebe e planiza qualquer projecto de viagem, assim como a suave recordação que dela guardamos depois, são coisas de incomparávelmente muito maiores delícias, do que as impressões experimentadas no próprio momento de nos vermos errantes em plena estrada (...)"
"O homem positivo e frio recolhe de qualquer excursão à pátria com a carteira cheia de apontamentos; o entusiasta e poeta nem uma data regista: viu menos, sentiu mais."

in "A morgadinha dos Canaviais"
Efectivamente, eu também acho que a antecipação e a recordação da viagem são dois dos seus maiores prazeres; e que o entusiasmo e a emoção não casam lá muito bem com o "espírito científico" - eu, ás vezes, prefiro deixar-me arrastar por aqueles em prejuízo deste.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Não necessáriamente...


(escrito numa das colunas do edificio da CGD na Rua da Sofia em Coimbra)

Approach

No fundo, no fundo, só há duas maneiras de encarar/abordar a questão...